O rap me salvou tantas vezes, sinto que tenho que retribuir — Rap no Movimento

Rap no Movimento: O rap me salvou tantas vezes, sinto que tenho que retribuir

Se tem algo que nunca saiu de mim foi a paixão pela música. E mais do que isso, pelo rap nacional. Aquele de rua mesmo, raiz, com sangue nos olhos e verdade na rima. O boom bap sempre foi meu batimento, minha escola, minha base. Vivi o rap, na adolescência, vixi faz alguns anos rsrs. Depois de um bom tempo fora, voltei, de caneta na mão, ideias fervilhando e o coração batendo na batida.

Foi desse reencontro com a minha essência que nasceu o Portal Rap no Movimento — lá em fevereiro de 2024 — uma plataforma que veio com uma missão clara: não deixar o rap nacional gangster morrer. Não deixar nossa cultura ser apagada, diluída ou esquecida. Na real ajudar outros portais, páginas que estão nessa missão também. Porque o rap é movimento, é denúncia, é arte e é vida.

Junto comigo nesse corre tá o DJ Yzak, que além de amigo pessoal, é parceiro de responsa, produtor monstro e um compositor de grandes clássicos — conhecido da cena com o Consciência X Atual. Um cara que também respira o hip hop em cada batida, em cada track.

O RNM — Rap no Movimento

O RNM é mais que um portal. É um ponto de encontro, um acervo, uma vitrine. É onde a cultura de rua encontra espaço pra se expressar, resistir e crescer.

No site, além das notícias, lançamentos, artigos e entrevistas, criamos uma aba especial, onde a ideia é montar um verdadeiro acervo de nomes do rap nacional. Não importa se é grupo, rapper solo, DJ, beatmaker ou produtor: todos têm vez, e o espaço é gratuito. Em nosso site, vá na aba artista e navegue nesse universo. Você também pode fazer o seu cadastro. Todos são bem vindos. É o que inspira nosso bordão:

“O Portal do Rapper”

Ali você já encontra gigantes como Tribo da Periferia, Hungria, Racionais MC’s, Realidade Cruel, Crônica Mendes, Atitude Feminina, entre outros. Mas o mais importante é: qualquer um pode estar ali, do dinossauro ao atual. O que vale é a caminhada.

Rádio Rap no Movimento — A Voz das Ruas

Além do portal, criamos a Rádio Rap no Movimento, que não é só uma rádio. É uma extensão da nossa alma musical. É onde o som não para, onde a mensagem corre solta, sem filtro e sem censura. A programação vem ganhando cada vez mais ouvintes e elogios, com uma seleção que respeita a essência do rap nacional.

Aqui a gente toca os grandes clássicos do rap, aqueles que moldaram gerações, que educaram mais do que qualquer escola. Mas também abrimos espaço pra quem tá começando. Porque o movimento é isso: deixar a porta aberta, fortalecer os manos e minas que tão no corre.

Foi assim que nasceu a iniciativa “Sem Jabá”, um espaço dentro da programação onde tocamos artistas iniciantes, independentes ou desconhecidos — sem precisar pagar pra aparecer, sem precisar bajular ninguém. Se o som é verdadeiro, se tem mensagem, ele toca. Porque aqui, quem manda é a cultura, não o dinheiro.

E dentro da rádio tem um programa que me enche de orgulho: o Movimento Rap Brasil, apresentado por Leonardo Bim. Esse cara é gigante. Um defensor do rap nacional com unhas, dentes e alma. Leonardo é deficiente visual, mas sua visão de mundo e de cultura vai muito além do que muita gente enxerga.

A forma como ele se comunica, compartilha histórias, apresenta os sons, conecta ideias… é algo que emociona. Ele conhece o rap de ponta a ponta, fala com propriedade, com paixão. O trampo que ele faz é excepcional — e mais que isso: é inspirador. Bim mostra todos os dias que a limitação não tá nos olhos, tá na mente de quem desiste.

Leonardo Bim é exemplo vivo de que o rap transforma. E pra mim, é uma honra tê-lo como parte do time. Ele é o tipo de pessoa que fortalece o movimento com verdade, respeito e muito amor pela causa.

A Rádio Rap no Movimento é isso: respeito pelas raízes, apoio aos novos frutos e voz ativa pra quem tem algo a dizer. Tá crescendo, tá evoluindo, e ainda tem muita frequência pra sintonizar por aí.

Nossa esquina digital — Podcast Rap no Movimento

O Podcast Rap no Movimento começou como quem chega na roda com o pé tímido, achando que só vai dar um salve e sair de fininho. A real é que eu nunca me vi como apresentador. Sou mais das ideias, dos bastidores, confesso que a timidez fala alto. A ideia era só gravar o primeiro episódio pra apresentar o projeto, explicar a proposta, e vazar. Mas aí veio a surpresa…

Os amigos curtiram. Disseram que a simplicidade, o jeito direto, sem pose, tinha algo de verdadeiro, de próximo. E eu percebi que talvez seja isso que falta em tantos lugares: gente comum trocando ideia de verdade. Então eu fiquei.

E ficou mais fácil com um time como esse: DJ Yzak, meu irmão de caminhada; André Underdog, que entende tudo de cultura urbana; e o brabo LC Vasconcelos, que sempre soma com visão crítica e sagaz.

Ali, naquele espaço que eu chamo carinhosamente de nossa esquina digital, recebemos nomes importantes da cena, como rappers, djs, beatmakers, grafiteiros, manos do skate, tatuadores e artistas visuais…

Todo episódio é um mergulho em histórias de vida, trajetórias de resistência, lições que só a rua ensina. E o melhor: tudo sem roteiro engessado, sem frescura, na humildade e no coração aberto.

O podcast tá no ar no nosso canal oficial lá na rede vizinha vermelhinha, o famoso YouTube. Dá um confere, se inscreve, compartilha. Se você vive ou admira o movimento, vai se sentir em casa.

E ó… já tô ansioso pela segunda temporada. Vem mais peso, mais convidados, mais troca verdadeira. Porque o Rap no Movimento é isso: uma esquina onde a gente para pra respirar, conversar, aprender e seguir mais forte..

A Primeira Cypher – Tudo Começou Quando…

Quando dei o primeiro passo com o Rap no Movimento, eu já sabia onde queria chegar. O projeto nunca foi só um portal ou uma rádio — era (e ainda é) um sonho completo: Uma rádio, um podcast, um estúdio, uma gravadora, uma loja streetwear, uma oficina de cursos, e claro… uma cypher. Uma, duas, três, mais.

E aos poucos, essas ideias que pareciam distantes começaram a se tornar realidade. Uma das que já saíram do papel — e logo logo vai bater na sua tela — é a nossa primeira Cypher RNM, já gravada e com lançamento marcado pra chegar rasgando.

E não é qualquer clipe: vem numa pegada desenho animado, tipo quadrinhos, no estilo Homem-Aranha tá ligado? Estilo, arte e rima se fundindo numa parada única. Vai ser coisa fina, pode apostar.

Mas deixa eu contar como tudo começou…

Um dia desses, trocando ideia no rancho com o rapper Gonça, do grupo Áudio Contexto, falei sobre algumas das ideias do Rap no Movimento. Ele ouviu tudo com atenção e de repente largou:

“Podemos gravar uma cypher… inclusive, eu já tenho o refrão.”

Mano, ele mandou ali na hora, na tranquilidade. E quando eu ouvi aquele refrão, o bagulho bateu no peito. Eu falei:

“Bora!”

Na mesma hora já liguei o Yzak, e juntos a gente começou a montar o time. Convidamos os irmãos da Zero 16, e assim nasceu a primeira Cypher Rap no Movimento.

Na rima e no respeito, colaram: Nego Lê & DJ Yzak, Willian CDI & Doghetto (do grupo Código de Ideias), Brinkin & Gonça (do Áudio Contexto) e Lauren Priscila, a diva da quebrada Zero 11 que chega com presença e voz marcante.

Cada um chegou trazendo seu fogo, sua vivência, sua visão de mundo. A energia no estúdio foi absurda. A sinergia, real. Parecia que essa cypher já estava escrita no destino.

E olha… isso é só o começo. A primeira de muitas. Porque quando a rua fala, o mundo escuta. E o Rap no Movimento tá aqui pra amplificar essa voz.

E NÃO PARA POR AÍ…

Estamos amadurecendo a ideia de lançar uma coletânea com grupos de rap — talvez uma mixtape nacional, reunindo nomes novos e veteranos, numa parada que valorize a pluralidade do nosso som.

O Rap no Movimento nasceu de dentro da Twoam Streetwear. Uma marca de roupas da quebrada para as quebradas. Pra quem não sabe, debaixo desse chapéu está o Vitrola Studio Bar de Ribeirão Preto e o selo Abracadabra Inc., e tem mais novidade vindo por aí… porque quem vive o movimento não para!

E eu — Um Sonhador

Bom, eu Marcio Niasa, além de tudo isso, voltei a escrever. Tô numa linha de auto biografia, contando minhas dores e vivências. Tenho umas seis músicas semi prontas, só esperando aquele momento certo pra soltar pro mundo. Porque a gente sente, escreve, chora, transforma. Mas botar pra fora exige mais do que talento. Exige entrega. E eu tô nesse processo.

O rap me salvou tantas vezes que hoje sinto que é minha vez de retribuir. E o Portal Rap no Movimento é isso: meu grito, minha homenagem, minha luta por manter a chama do rap nacional acesa.

Se você é do rap, chega mais. O movimento é nosso. Como diz Dj Yzak, ventila!

2 comentários em “Rap no Movimento: O rap me salvou tantas vezes, sinto que tenho que retribuir”

  1. Li palavra por palavra… passou um filme… vivenciar tudo isso com tamanha intensidade é pra poucos, você tem na alma a missão!! Gratidão irmão pela amizade, respeito e parceria, e vamos… vamos que tudo isso só está começando!

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